Corrida - 1ª Meia Maratona Amil de Campinas (3)

Olá pessoal:
Não há palavras para explicar a sensação da 1ª Meia Maratona que fiz no domingo passado!!! Só quem foi, correu, completou, sentiu as dores, pode tentar explicar o que é correr 21k.
Para quem não sabe, nunca tive como esporte a corrida. Quando adolescente, jogava futebol. Machuquei o joelho (LCA), acabei abandonando o esporte pelas dores, e comecei no tênis (meu primeiro jogo foi contra o cidadão aí, Luis Renato Monte - daí nossa amizade até hoje - minha unica derrota no tênis pra ele!!!). Mas por diversos motivos, esse mesmo cidadão me incentivou a iniciar na corrida. Mal sabia ele o que isso acarretaria!!! Em 2010, comecei a treinar. No primeiro treino, pensei assim: Meu Deus, nunca mais faço isso. Não conseguia respirar, dores, cansaço. Nosso primeiro treino de 5k, quilometrado, foi em 38min.
Comecei a gostar da sensação de liberdade, de prazer que a corrida de rua proporcionava. Começamos a correr algumas provas, 5k, sempre tentando a bater nosso tempos anteriores. Pensamento errado, pelo menos eu acho isso hoje.
Aumentei minha distância. 10k. As dores voltaram, rs. Mas com muito treino (não exagerado), os 10k se tornaram prazerosos, gostosos. Aí, você começa a ler revistas sobre maratonas, etc. Aí me veio a idéia: quero fazer uma meia maratona. Pq sei que hoje, com meu peso atual e minha "rodagem", não conseguiria correr 42k.
Treinei sério, segui planilha, fiz longôes (Luis me xinga até hoje com o primeiro longo dele, rs). Abro sites de corridas e me aparece: 1ª Meia Maratona Amil de Campinas. Olhei para minha esposa e falei: fiz a inscrição!!!! Estava feito. Integrante do Corre+ é assim: inscrição feita, prova completada. Tinha que dar!!! Estava seguindo a planilha, mas faltava 2 meses para a corrida.
Modifiquei minha planilha para adapta-la ao tempo restante. Treinos 3x por semana, musculação, alimentação (não muito boa, mas diminui várias coisas "ruins"). Chega a semana da prova: será que vai dar? Preocupação bateu. Meus longões geraram dores nas pernas. Folego eu tinha, perna não muito.
Domingo chega. Acordo cedo, tomo café, ritual pessoal (kkkk), 5:45 Luis passa em casa e vamos para Campinas. Largada as 7:00??? Não, 7:20. Ansiedade só aumenta, aquecimento foi pro bueiro!!! Começo com a cabeça a mil: "preciso cadenciar o ritmo, falta muito ainda", "estou bem, continua", etc. Passo a Glicério, entro na rua rumo ao Bosque. Subida, cadencio um pouco. Não forço. Oculos escuros foram providenciais. Chego na Norte Sul, após uma descida, bem, no ritmo ideal, "perseguindo" um outro corredor num ritmo bom. Aprendi isso com o Luis. Aí vem a Norte-sul numa pequena subida, leve, nada de mais para quem, felizmente, vai bem nas subidas. Já mais concentrado, começo a curtir. Vejo o pessoal dos 10k passando voando ao meu lado (no 2,5k, largando 5 min depois, kkkkkk). Faço o retorno no balão e começo o retorno pela Norte-Sul. Sabia que este trecho seria o mais desgastante, por ser uma longa reta. Tentei achar o Luis no retorno, mas não o vi. Mantenho um bom ritmo ainda, até a virada do pessoal dos 10k. Lá, escuto uma musica que mexeu comigo. Não me lembro qual, mas arrepiou. Olhei o tempo, vi que era hora do Carbup. Tomei, parece que ajudou. Encarei a subida pré-Taquaral de forma tranquila, já que tinha enfrentado esta subida numa outra prova. Cheguei aos 10k, já no Taquaral, em 57 e pouco. Nossa, estava num ótimo ritmo. Abaixo do pace de 6 que imaginava.
Aí bateu o trauma de correr sempre no Taquaral. Sabia cada metro daquele percurso. E isso mexe com a nossa cabeça. Acaba cansando!!! Cheguei nos 15k (saindo do Taquaral) já sentindo algumas dores, mas suportaveis. Vejo o posto de Gatorade, mas não pego. Tinha bebido muita agua neste trajeto. Desço o pontilhão sentido Norte Sul novamente, as dores aumentando, pernas judiadas. Norte sul maldita. Infinita. Cabeça já não tinha mais. Pessoal me passando, diminui o ritmo, propositalmente, para completar a prova sem andar. Pensei na minha filha, a prova toda, mas neste trecho com mais intensidade. Sonho em incentivá-la a correr, pelo prazer, não como obrigação.
Vejo um posto de agua no km 18. Peguei a agua, gelada!!!!! Adeus meta: curti a agua. Bebi, caminhando!!! Inconscientemente, peço desculpas. Mas poxa, minha primeira meia maratona. E outra: corrida é saude, não sacrificio. Caminhei uns 200m acho, nem isso, e voltei a trotar. Chego no 19k (Nike+), vem a subida sentido Moraes Salles. Não deu: subi andando. Tentei relaxar, para as dores nas pernas subirem. Meu folego? Perfeito!!! Subi, virei sentido Aquidaban, e voltei a trotar. Encontro outro corredor, arfando. Puxo papo, ele me incentiva - isso é demais nas corridas de rua, a conversa com pessoas que vc nunca viu na vida - sigo ele até o 20k. Aí, as dores voltaram mais fortes. Meu novo amigo parte para a chegada, eu fico pra trás. Pensei na Lais de novo: tanto tempo treinando, deixei de brincar com minha filha, de curtir os sempre bons momentos ao lado dela, pra chegar no 20k e pensar em parar??? Jamais!!!! Entro na Glicerio novamente, vejo aquela reta. Faltava pouco: dores aumentando, virilha doendo, joelho mais ainda (não o operado). Procuro o Luis, pra tentar sair bem na foto, rs. Chego trotando, pra não fazer feio. Esqueço as dores, olho pro Luis filmando e falo: "Quebrado". E termino. 21k, 21.000m, 2h11m34s.
As dores aparecem, folego bom ainda!!! Mas consegui. Fiz o tão sonhado 21k. Estava realizado. Recebo os sinceros parabéns do meu parceiro, pergunto da prova dele, melhor tempo dele nos 10k. Retribuo os parabéns, ganho uma barra de proteinas de chocolate do Luis. Chocolate, delicia!!! kkkk
A emoção de completar os 21k fica. Ainda está no meu corpo, na minha alma. Pra quem corria 5k com dificuldades, completar os 21k é uma vitória. Uma vitória de alguém que nunca pensou em correr, nunca imaginou que conseguiria.

Abraço

Marcio